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Introdução
A Capsulite Adesiva do Ombro também conhecida por “Capsulite Retráctil” ou “Ombro Congelado” surge em cerca de 2% da população, com predomínio no sexo feminino, entre os 40 e os 60 anos de idade.
Em doentes com esta patologia, a cápsula articular torna-se mais espessa e menos elástica e verifica-se um menor volume/espaço articular e menor quantidade de líquido sinovial.
Anatomia
O ombro é formado por três ossos: a omoplata, o úmero e a clavícula.
A coifa dos rotadores é formada pelos tendões de quatro músculos: o supra-espinhoso, o infra-espinhoso, o subescapular e o pequeno redondo. A coifa dos rotadores tem como função elevar e rodar o braço, mantendo o úmero firmemente preso à omoplata.
A cápsula articular do ombro é constituída por estruturas resistentes que envolvem a articulação.
A mobilidades articular é facilitada pelo líquido sinovial que lubrifica a cápsula articular e as superfícies articulares.
Causa
Não se sabe realmente o que causa a situação clínica. Não existindo também nenhume relação clara entre a patologia e a dominância ou a actividade laboral do doente.
Alguns factores estão associados a esta situação clínica: diabetes (10 a 20%), patologia tiroidea, patologia cardíaca, a imobilização prolongada do membro superior.
Sintomas
Esta entidade clínica cursa com dor violenta no ombro, associada a limitação progressiva do arco de mobilidade articular. O ombro fica progressivamente “preso”/ “congelado”. O doente não consegue mobilizar o seu ombro, nem com ajuda de terceiros. A dor e a falta de movimento podem ser severas.
Esta patologia desenvolve-se fundamentalmente em três fases: a) inflamatória ou “freezing” – diminuição progressiva do arco de mobilidade articular e dor severa (diurna e nocturna); pode durar entre 6 a 9 meses. b) congelada ou “frozen” – melhoria da dor mas mantem limitação dos movimentos articulares; pode durar entre 4 a 6 meses. c) recuperação ou “thawing” – recuperação do arco de mobilidade até à normalidade. Pode durar entre 6 meses a 2 anos.
Diagnóstico
O médico assistente irá diagnosticar a “capsulite retráctil” principalmente através do exame físico e do historial médico. O diagnóstico de lesões associadas é suportado pela realização de Raio-x e eventualmente Ressonância Magnética Nuclear.
Tratamento
Não-cirúrgico
Mais de 90% dos doentes com esta condição clínica vão recuperar totalmente com apenas tratamento conservador. O primeiro objectivo será o controlo da dor. Para isso, analgésicos e anti-inflamatórios são prescritos para atenuar as queixas. Concomitantemente o doente necessitará de manipulações sucessivas do ombro para que a cápsula articular se distenda e o movimento natural do ombro seja restaurado.
Cirúrgico
Se a dor e perda de movimento continuar a piorar ou interferir com a vida diária, e se todo o tratamento não-cirúrgico não surtir efeito, o doente é candidato a tratamento cirúrgico.
Podem ser utilizados dois métodos: a manipulação sobre anestesia e a capsulotomia artroscópica. A decisão sobre cirurgia deverá ser fundamentada com o seu médico assistente, ponderando os riscos e benefícios envolvidos.
A reabilitação após cirurgia do ombro pode ser um processo lento, mas com possibilidade de completa recuperação funcional.